Publicado em: 07/04/21

Luís Fernando Laranjeira

Neste 7 de abril de 2021, data em que se celebram o Dia Mundial da Saúde e o Dia do Jornalista, triste, presto uma homenagem aos 169 jornalistas profissionais que, em consequência da covid-19, nos deixaram entre abril de 2020 e março de 2021, e aos 337.364 (até 6 de abril) brasileiros e brasileiras vitimados pela doença. Para isso, tomo a liberdade de expressar minha tristeza, revolta e também esperança, e trago essa pérola escrita por Geraldo Vandré – Réquiem para Augusto Matraga – de 1965, composta para o filme A hora e a vez de Augusto Matraga, de Roberto Santos, baseado no conto homônimo de Guimarães Rosa, incluído no livro Sagarana (1954).

Vim aqui só pra dizer
Ninguém há de me calar
Se alguém tem que morrer
Que seja pra melhorar

Tanta vida pra viver
Tanta vida a se acabar
Com tanto pra se fazer
Com tanto pra se salvar
Você que não me entendeu
Não perde por esperar

Parece que Vandré previa o que aconteceria 56 anos depois de escrever a letra. Nada mais atual.

O Dia Mundial da Saúde foi criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1948 por conta da preocupação com a manutenção do bom estado de saúde das pessoas e para alertar sobre os principais problemas que podem atingir a população mundial. A OMS define: “a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. Em 2021, a proposta pauta-se na construção de um mundo mais justo e saudável. Vou além: na construção de um mundo mais justo, saudável e vacinado.

O Dia do Jornalista foi criado em 7 de abril de 1931, pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Neste dia, em 1908, nasceu a própria ABI. Mas há uma questão histórica interessante para a escolha deste dia especificamente. A data foi determinada em homenagem ao jornalista e médico Giovanni Battista Líbero Badaró, morto em 22 de novembro de 1830. Líbero Badaró participou de diversas lutas a favor da Independência. Era proprietário do jornal Observador Constitucional e defensor da liberdade de imprensa. Sua morte foi misteriosa. Acredita-se que ele tenha sido vítima de um atentado perpetrado por inimigos políticos. A morte de Líbero Badaró teria causado um grande descontentamento popular culminando na abdicação do trono por parte do então imperador Pedro I em 7 de abril de 1831.

Não creio ser necessário alongar-me em enfadonhas linhas sobre minha tristeza e revolta quanto ao momento que enfrentamos. E serei, como ensinam nos cursos de redação jornalística, claro, objetivo e direto quanto à minha esperança: que a história se repita em 2021 e o descontentamento popular leve não à abdicação do traste genocida que ocupa a presidência da República (essa nobreza ele jamais terá), mas ao seu impeachment e responsabilização!

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